MATEMÁTICA
Projeto Político Pedagógico
Perfil do egresso De acordo com o Parecer 1302/2001 do Conselho Nacional de Educação e da Câmara de Educação Superior que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Matemática, Bacharelado e Licenciatura e a Resolução CNE/CP 02/2019 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BCN-Formação), os cursos de Licenciatura em Matemática tem como principal objetivo a formação de professores para a Educação Básica. Nesse sentido, entende-se que o “perfil do egresso do curso de Licenciatura em Matemática” refere-se a um conjunto de características que os mesmos devem adquirir durante seu processo de formação, devendo estar articulada com as ações desenvolvidas. Dessa forma, almejamos por um educador habilitado com os conhecimentos de base comum, ou seja, que compreende os conhecimentos científicos, educacionais e pedagógicos que fundamentam a educação e suas articulações com os sistemas, as escolas e as práticas educacionais, além de possuir conhecimento dos conteúdos específicos das áreas da Matemática, componentes, unidades temáticas e objetos de conhecimento da BNCC, e para o domínio pedagógico desses conteúdos visando uma, postura crítica, capacidade de resolução de problemas, além de estar instrumentalizado para construir espaços educadores dialogados e eficientes para o processo de ensino e aprendizagem. Portanto, é fundamental que o planejamento do professor descreva a contribuição do componente curricular (disciplina) para atingir o perfil delineado. Entendemos que além da formação específica na área do conhecimento de matemática, o egresso do curso de Licenciatura em Matemática, deve valorizar a profissão docente, conhecer os avanços e fortalecimentos na área da Educação Matemática, Matemática Pura e Aplicada, bem como nas áreas vinculadas às tecnologias e Educação Inclusiva. Pretende-se, nesta perspectiva, que o discente egresso faça a utilização de diferentes metodologias de ensino e aprendizagem que busquem valorizar as diversas formas de conhecimentos, pautando nos currículos vigentes, tanto no que se refere às pesquisas contemporâneas quanto à aplicabilidade nas práticas pedagógicas, viabilizando a valorização da articulação da teoria com a prática. O curso de Licenciatura em Matemática tem por objetivos, formar professor de Matemática para a Educação Básica, mas, o egresso do curso pode, também, ocupar posições no mercado de trabalho fora do ambiente escolar, áreas em que a Matemática seja utilizada de modo essencial. Assim, deve ser um profissional com o seguinte perfil:
Conhecimentos matemáticos
a) Apresentar sólida formação em conhecimentos matemáticos;
b) Ter maturidade para utilizar adequadamente ou perceber o significado do rigor dedutivo num processo de demonstração, assim como para empregar procedimentos indutivos na criação de Matemática e na própria dinâmica de ensino e aprendizagem;
c) Ter uma visão ampla do conhecimento específico e não triviais relacionando à Matemática e às questões sociais, adequando-o às atividades dos discentes.
II. Formação em áreas científicas afins
a) Conhecer áreas afins, em que a matemática encontra suas aplicações e que historicamente contribuiu na resolução de problemas que deram origem a várias teorias matemáticas.
III. Social
a) Ser agente de transformação no contexto escolar, questionando ou fomentando os programas e políticas de ensino vigentes, almejando melhoria na qualidade de ensino;
b) Perceber o quanto o conhecimento de certos conteúdos e o desenvolvimento de determinadas habilidades e competências próprias ao matemático são relevantes para o exercício pleno da cidadania;
c) Ter uma visão crítica das políticas educacionais vigentes.
d) Fundamentar a ação docente vinculando o conhecimento à princípios como a dignidade humana, igualdade de direitos, reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades, e a sustentabilidade socioambiental.
IV. Formação Continuada
a) Pesquisar em Educação Matemática;
b) Profissional constantemente engajado em programas de formação continuada, procurando sempre atualizar seus conhecimentos com abertura para a incorporação do uso de novas tecnologias e para adaptar o seu trabalho às demandas socioculturais dos seus discentes.
V. Professor Pesquisador
a) Estar em contato com pesquisas e experiências na área de Matemática de modo a promover sua aprendizagem continuada;
b) Apresentar capacidade de aprendizagem continuada, de aquisição e utilização de novas ideias e tecnologias, criação e adaptação de métodos pedagógicos ao seu ambiente de trabalho;
c) Ser pesquisador em sala de aula, capacitado a compreender as diferentes estratégias desenvolvidas pelos discentes no processo ensino e aprendizagem e as variáveis didáticas envolvidas com tal processo;
d) Possuir familiaridade e reflexão em relação currículo de matemática para o uso de metodologias e materiais de apoio didático diversificado, de modo a orientar suas escolhas e decisões metodológicas por princípios éticos, políticos e por pressupostos epistemológicos coerentes com a realidade social e cultural;
e) Conhecer e utilizar procedimentos de pesquisa para se manter atualizado e tomar decisões em relação aos conteúdos e ensino, aprimorando sua prática;
f) Analisar, selecionar e produzir materiais didáticos.
VI. Consciência Histórica
a) Ter consciência de que sua atuação constitui um modo de produção desta ciência (origens, processo de criação, inserção cultural, etc.) visando à transposição de seu desenvolvimento enquanto ciência e como objetivo de ensino.
Áreas de Atuação do Egresso Segundo o Parecer CNE/CES 1.302/2001 e a Resolução CNE/CP 02/2019, os cursos de Licenciatura têm como principal objetivo a formação de professores para a Educação Básica. Dessa forma, entende-se que o egresso do curso de Licenciatura em Matemática deverá atuar em escolas do Ensino Básico. Além disso, a formação profissional do licenciado em Matemática permite o egresso ocupar posições no mercado de trabalho fora do ambiente escolar em áreas onde a Matemática seja utilizada de modo essencial.
Competências Gerais Docentes: Competências Específicas e Habilidades A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) está presente no Ensino Fundamental e Ensino Médio, iniciando uma nova transformação na Educação Básica e, mais especificamente, no ambiente escolar. A BNCC possui 10 Competências Gerais que determinam os direitos de aprendizagem de todo discente, as quais deverão ser desenvolvidas ao longo de toda a Educação Básica, transpassando cada um dos componentes curriculares. Na BNCC (2017, p. 8), a competência [...] é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. A BNCC foi projetada para o desenvolvimento de competências, consideradas como sendo essenciais para o pleno desenvolvimento do discente da Educação Básica. As dez (10) Competências Gerais que aparecem na BNCC são: Conhecimento; Pensamento científico, crítico e criativo; Repertório cultural; Comunicação; Cultura digital; Trabalho e projeto de vida; Argumentação; Autoconhecimento e autocuidado; Empatia e cooperação; Responsabilidade e cidadania. O ensino por competências e habilidades não é algo novo, no Brasil essa abordagem vem sendo estudada e discutida desde a elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (1996). Na perspectiva da BNCC, entende-se as Competências Gerais como o objetivo de onde se pretende chegar para se obter o pleno desenvolvimento dos conhecimentos, das habilidades, atitudes e valores formativos. No conceito definido pela BNCC sobre competências, aparecem as habilidades como um meio a ser desenvolvido pelo discente. Portanto, as habilidades se desenvolvem no conhecimento (cognitivo), no saber fazer (prática) e nas relações sociais (socioemocional). No modelo proposto pela BNCC a mudança parte para uma matriz curricular mais flexível. No que se refere às competências desejadas do acadêmico egresso do Curso de Licenciatura em Matemática busca-se consonância com parecer do CNE/CES nº 1.302/2001, aprovado em 06.11.2001 e publicada no DOU de 05.12.2001 e, também, das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Professores para a Educação Básica e a BNC – Formação que possuem como referência a implantação da Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica (BNCC), instituída pelas Resoluções CNE/CP 2/2017 e CNE/CP 4/2018. As competências específicas e habilidades que se espera do licenciado em Matemática, têm como base as dez Competências Gerais docentes da BNC-Formação, distribuídas em três dimensões fundamentais pautadas na Resolução CNE/CP 2/2019, as quais, de modo interdependente e sem hierarquia, se integram e se complementam na ação docente. Tais dimensões compreendem: o conhecimento profissional; a prática profissional; e o engajamento profissional. Dessa forma, para assegurar que os egressos sejam preparados para desempenhar a carreira profissional, o curso de Licenciatura em Matemática tem que oferecer condições de aprendizagem para que desenvolvam o conhecimento profissional, a prática profissional e o engajamento profissional, descritos a seguir:
O pensamento heurístico: Capacidade de resolver e formular problemas, explorar, estabelecer relações, conjecturar, argumentar e validar soluções. Valorizando e utilizando os conhecimentos historicamente construídos, de forma que se possa entender e explicar a realidade. Compreensão e desenvolvimento do pensamento: Desenvolver o pensamento científico, crítico e criativo apoiando-se em conhecimentos algébrico, aritmético, geométrico, combinatório, probabilístico e diferencial de modo a poder argumentar com clareza e objetividade dentro destes contextos. Os discentes de graduação devem passar por experiências em sua formação inicial que possibilite desenvolver a capacidade dedutiva com sistemas axiomáticos, percepção geométricoespacial, capacidade de empregar ensaio e erro como procedimento de busca de soluções e segurança na abordagem de problemas de contagem, probabilísticos e estatísticos, e desenvolver estratégias de ensino que favoreçam a criatividade, a autonomia e a flexibilidade do pensamento matemático dos educandos, buscando trabalhar com mais ênfase nos conceitos do que nas técnicas, fórmulas e algoritmos. Além disso, desenvolver a habilidade de identificar, formular e resolver problemas na sua área de aplicação, utilizando rigor lógico-científico na análise da situação-problema. Competência Pedagógica: Dominar os objetos de conhecimento e saber como ensiná-los. Demonstrar conhecimento e compreensão dos conceitos, princípios e estruturas da área da docência, do conteúdo, da etapa, do componente e da área do conhecimento na qual está sendo habilitado a ensinar, possuir a capacidade de ministrar aulas, de desenvolver projetos, de analisar currículos da escola básica, de avaliar livros textos, softwares educacionais e produzir outros materiais didáticos. Além disso, compreender e conectar os saberes sobre a estrutura disciplinar e a BNCC, utilizando este conhecimento para identificar como as dez Competências Gerais podem ser desenvolvidas na prática, possuindo amplo Conhecimento Pedagógico do Conteúdo (CPC). Competência e Habilidade de Contextualização: Capacidade de expressar-se com clareza e precisão de forma escrita e oral, capacidade de contextualizar e inter-relacionar conceitos e propriedades matemáticas, bem como utilizá-los em outras áreas do conhecimento e em aplicações variadas. Identificar os contextos sociais, culturais, econômicos e políticos das escolas em que atua, promovendo assim, uma aprendizagem significativa. Além disso, reconhecer as diferentes modalidades da Educação Básica nas quais se realiza a prática da docência e perceber a prática docente de Matemática como um processo dinâmico, carregado de incertezas e conflitos, um espaço de criação e reflexão, onde novos conhecimentos são gerados e modificados continuamente. Compreensão do uso História da Matemática: Visão histórica e crítica da Matemática que favoreça a compreensão da importância relativa dos vários tópicos tanto no interior da ciência como na promoção da aprendizagem significativa. Uso de tecnologias: Capacidade de compreender, criticar e utilizar tecnologias da comunicação e da informação no processo de ensino e aprendizagem para a resolução de problemas. Acessar e disseminar informações, bem como produzir conhecimentos e resolver problemas, respeitando a autoria. Organização e Planejamento: Capacidade de organizar, planejar e desenvolver ações de ensino e aprendizagem na área de Matemática. Compreender como as ideias filosóficas e históricas influenciam a organização escolar, dos sistemas de ensino e prática escolar. Contribuir para a realização de projetos coletivos dentro da escola básica, formulando e defendendo ideias, pontos de vistas e decisões que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável.
Estudo de Políticas Educacionais: Conhecimento das regulamentações pertinentes, das propostas ou parâmetros curriculares, bem como das diversas visões pedagógicas vigentes no país e vivência direta com a estrutura escolar, além de reconhecer os contextos de vida dos estudantes. Neste cenário escolar que se apresenta, espera-se que o egresso do Curso de Licenciatura em Matemática possa compartilhar informações, experiências e ideias com os estudantes do Ensino Básico e exercitar a empatia e o diálogo no processo de aprendizagem. É preciso que haja engajamento profissional com as famílias e com a comunidade, visando melhorar o ambiente escolar. Competência e Habilidade na interação transformadora entre a universidade e os outros setores da sociedade: Capacidade de produzir e aplicar o conhecimento adquirido em articulação permanente com o ensino e a pesquisa, promovendo a interação dialógica da comunidade acadêmica com a sociedade por meio da troca de conhecimentos, da participação e do contato com as questões complexas e contemporâneas presentes no contexto social. Além disso, possuir a capacidade de trabalhar em equipes multidisciplinares e trabalhar na interface da Matemática com outros campos de saber. Capacitação contínua: Capacidade de aprendizagem continuada, sendo sua prática profissional também fonte de produção de conhecimento, participação de programas de formação continuada e a realização estudos de pós-graduação.
METODOLOGIAS E POLÍTICAS EDUCACIONAIS
As metodologias e os princípios pedagógicos deste Projeto Pedagógico estão de acordo com o PDI (2017-2021) da Universidade do Estado de Mato Grosso onde busca-se uma integração entre o ensino, a pesquisa e a extensão, visando o desenvolvimento da ciência, da criação e difusão da cultura e tecnologias, contemplando princípios que visam a interdisciplinaridade e flexibilização curricular.
Dessa forma, o direcionamento metodológico se dá no sentido de agregar diferentes campos do saber com os componentes curriculares, ou seja, as aulas presenciais deverão permear todo o curso, fazendo parte dos componentes curriculares obrigatórios em que estarão presentes componentes matemáticos e educacionais. Além disso, o processo para estimular o aprendizado dos discentes deve ser fortalecido por meio de horários de atendimentos disponibilizados pelos docentes e também na participação dos discentes em projetos de ensino, pesquisa e extensão. É importante que a equipe pedagógica atue em constante diálogo, buscando diagnosticar as necessidades de aprendizagem dos discentes e suas principais dificuldades. Essa ação contribuirá para um processo de ensino e aprendizagem proveitoso para a formação de educadores críticos e atuantes na transformação social através da educação. 2.6 Relação entre Ensino, Pesquisa e Extensão Tendo em vista que a missão da UNEMAT visa “oferecer Educação Superior Pública de excelência, promovendo a produção do conhecimento por meio do ensino, pesquisa e extensão de maneira democrática e plural, contribuindo com a formação de profissionais competentes, éticos e compromissados com a sustentabilidade e com a consolidação de uma sociedade mais humana e democrática” a proposta deste PPC está associado às atividades de: Elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), orientados por um docente do curso; Presença da prática como componente curricular, sendo desenvolvida por meio de projetos, oficinas de ensino, seminários, apoiando-se em resultados de pesquisas em Ensino de Matemática e áreas afins; Participação em Eventos Científicos; Participação em atividades de iniciação à docência e iniciação à pesquisa fomentadas por programas de ensino como Residência Pedagógica e PIBID, programas de pesquisa como PIBIC, PROBIC, além da participação em projetos de ensino, pesquisa e extensão.
A integração da graduação com a Pós-Graduação na UNEMAT, Campus de Sinop, acontece por meio da oferta de cursos em nível Lato-Sensu e Stricto Sensu. Em particular, para os discentes egressos do curso de Licenciatura em Matemática, o Campus dispõe do Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional – PROFMAT, oferecido pela Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas que obedece às disposições da Resolução No 015/2013–CONSUNI do 19 de junho de 2013, que trata do Regimento Geral da Pós-graduação Stricto Sensu da Universidade do Estado de Mato Grosso, bem como pela RESOLUÇÃO CNE/CES (Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Superior) no 1, de 03 de abril de 2001 que estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação.
A estrutura apresentada na organização curricular do Curso de Licenciatura em Matemática, fundamenta-se ao disposto na Lei no 9394/1996, no Decreto 6755/2009 (texto Revogado pelo Decreto nº 8.752, de 2016), no Parecer 1302/2001 CNE/CES, sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Matemática, na Resolução CNE/CP 002/2019, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de Licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda Licenciatura) e para a formação continuada, incluindo a duração e a carga horária das Licenciaturas, e ainda, a Resolução 7/2018 que estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE 2014 – 2024 e dá outas providências. Para compor a matriz curricular do presente curso, foram consideradas: A inclusão nos componentes curriculares dos cursos de Graduação da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena e deve estar, conforme Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003 e Lei nº. 11.645/2008 e Resolução CNE/CP nº 01/2004; A busca pela integração da educação ambiental aos componentes curriculares dos cursos de Graduação, conforme orienta a Lei nº. 9.795/1999, Decreto nº 4.281/2002 e Resolução CNE/CP nº. 02/2012; Educação escolar indígena, quilombola, educação do campo e educação de jovens e adultos apresentados conteúdo dos componentes curriculares da CNE/CP nº02/2015; Estudos da Educação inclusiva, orientados pela Lei nº 12.764de 27 de dezembro de 2012; O componente curricular de LIBRAS, conforme Decreto nº.5.626/2005 e Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002; A oferta do componente curricular Educação em Direitos Humanos, conforme Parecer CNE/CP nº 8, de 06/03/2012 e CNE/CP nº 01/2012; cuja temática busca demonstrar a consciência da diversidade, étnico-racial, de gêneros, de faixas geracionais, de classes sociais, religiosas, de necessidades especiais, de diversidade sexual, dentre outras.
Formação teórica articulada com a prática:
A concepção de currículo do Curso de Licenciatura em Matemática procurou zelar pela coerência dos objetivos do curso com o perfil desejado do egresso; além de articular essas duas vertentes com as habilidades e competências desejadas e também com as Diretrizes Curriculares Nacionais. Como o objetivo principal do curso é a formação do professor de Matemática para o Ensino Básico, se faz necessária, uma especial atenção para que as metodologias de ensino exercidas pelos professores sejam adequadas à concepção do curso. Trata-se de priorizar o desenvolvimento de um permanente processo de construção e retificação do conhecimento, favorecendo a formação de conceitos matemáticos com a devida articulação com outros componentes curriculares e questões de interesse social dos discentes. A articulação entre a formação teórica do acadêmico com a prática pedagógica deverá ser atendida no contexto de cada componente curricular, sendo esta, composta pelos componentes curriculares, ampliada nos componentes curriculares que envolvam a Prática de Ensino nas principais áreas do conhecimento, e efetivamente realizada por ocasião do Estágio Supervisionado. A carga horária de um componente curricular corresponde ao número de horas obtidas, multiplicando-se o número de créditos do componente curricular por 15 (quinze) horas, onde os campos de créditos e da carga horária abrangem as seguintes atividades na execução dos componentes curriculares:
ponentes curriculares: I. Aula Teórica (código T): é o campo que expressa horas de atividades semanais presenciais e à distância sendo: Aula teórica presencial: definida pela relação, em tempo integral, entre professores e discentes, com exposição e discussão de conteúdos organizados sistematicamente; Aula e/ou atividades à distância: atividades semanais não-presenciais realizadas exclusivamente por meio eletrônico associadas ou não ao apoio das atividades teóricas, práticas ou de laboratório, sobre orientação de um professor. II. Aula de campo, laboratório e/ou prática como componente curricular (código P): é o campo que expressa horas de atividades semanais que envolvem efetivamente discentes e professores, em tempo integral, no desenvolvimento prático dos conteúdos. Dessa forma: Atividades de Prática como componente curricular: é o campo que expressa horas de atividades semanais que envolvem efetivamente discentes e professores, em tempo integral, no desenvolvimento prático dos conteúdos. Aula e/ou atividade prática de laboratório: sua execução se dá dentro de um ambiente projetado e adequado para esse fim, onde se incluem os laboratórios científicos, experimentais, corporais, computacionais, palco, campo experimental e outras atividades definidas no PPC do curso; Atividades e/ou pesquisa de campo: relativas à coleta de dados e à observação; atividades de campo junto à comunidade; desenvolvimento de projetos; atividades práticas em métodos e técnicas de pesquisa e produção para as Ciências Humanas e Artes; componentes curriculares de práticas supervisionadas, visitas técnicas e outras atividades definidas no PPC; O Quadro 1, apresenta o percentual da formação teórica articulada com a prática pedagógica da carga horária de todos os componentes curriculares que permeiam o curso norteadas pelos aspectos mencionados acima, evidenciando as atividades desenvolvidas.
O curso de Licenciatura em Matemática do Câmpus Universitário de Sinop é oferecido em modalidade presencial e apresenta a carga horária de 3560 (três mil quinhentas e sessenta) horas, a serem integralizados em no mínimo 08 (oito) semestres. De acordo com o presente PPC, o curso é estruturado em três núcleos norteadores de seus componentes curriculares: Núcleo de estudos de formação geral e humanística (Grupo I) das áreas específicas e interdisciplinares, e do campo educacional, seus fundamentos e metodologias, e das diversas realidades educacionais. Núcleo de estudos de formação específica (Grupo II) de estudos das áreas de atuação profissional, incluindo os conteúdos específicos e pedagógicos, priorizadas pelo projeto pedagógico da instituição, em sintonia com os sistemas de ensino. Núcleo de estudos complementares/integradores (Grupo III) para enriquecimento curricular por meio de discussões voltadas ao exercício da docência. O currículo do Curso de Licenciatura em Matemática apresenta uma estrutura curricular que busca articular a formação teórica com a prática pedagógica do futuro docente conforme descritas a seguir:
a) Formação de conteúdos matemáticos específicos: Os componentes curriculares inseridos na formação específica, buscam contribuir para uma formação sólida através do aprofundamento em conteúdos matemáticos. Fazem parte dessa formação do licenciado, conhecimentos em Matemática Elementar e em Matemática Superior. A Matemática Elementar deve incluir os conceitos básicos de Geometria,Álgebra e Matemática Aplicada, assim como tópicos de Análise. O conteúdo específico de Matemática do currículo prevê uma revisão crítica do conteúdo programático do ensino fundamental e médio, sob um tratamento de Ensino Superior, de modo a iniciar o futuro profissional com as práticas de uma análise científica e metodológica de conceitos teóricos. As áreas fundamentais de Matemática no Ensino Superior, que fornecem uma sólida formação para que o futuro docente exerça suas funções de educador, estão representadas pelas diversos componentes curriculares das áreas de Geometria, Cálculo/Análise e Álgebra. Além disso, estão incluídos nesse grupo conteúdo de áreas afins à Matemática, que são fontes originadoras de problemas e campos de aplicação de suas teorias. Temos assim a presença de assuntos básicos de Probabilidade, Estatística e Computação.
b) Formação Pedagógica: Nesta formação, busca-se obter a fundamentação para as práticas pedagógicas educacionais favorecendo a aprendizagem significativa de Matemática de modo que o futuro docente esteja preparado para avaliar os resultados de suas ações por diferentes caminhos. Dessa forma, para que o futuro docente exerça sua profissão com competência e criatividade, torna-se necessário o conhecimento sobre conteúdo da Ciência da Educação e metodologias do Ensino de Matemática na Educação Básica, conhecimentos sobre currículo, desenvolvimento curricular, transposição didática, contrato didático, planejamento, organização de tempo e espaço, gestão de classe, interação grupal, criação, realização e avaliação das situações didáticas, avaliação da aprendizagem, relação professor-aluno e pesquisa de processos de aprendizagem. Pode-se incluir ainda, o estudo de modelos do desenvolvimento humano e processos de socialização, estudo de modelos de aprendizagem, o conhecimento dos aspectos físicos, cognitivos, afetivos e emocionais do desenvolvimento individual. Estando a escola inserida em uma sociedade, é necessário para o futuro docente, compreender criticamente a sociedade contemporânea, estudar as tendências político-ideológicas que influenciam a educação, distinguir as dimensões do papel profissional de professor, compreender os problemas e perspectivas do sistema educacional brasileiro.
c) Formação Geral: Nesta formação, busca obter uma proposta pedagógica que proporcione uma aprendizagem multidisciplinar possibilitando que o futuro docente transite entre as diversas áreas de pesquisa em Matemática e Educação Matemática.
Estágio Supervisionado: O Estágio Supervisionado busca familiarizar o futuro docente com a reflexão sobre o currículo de matemática, metodologias e uso de materiais diversificados de modo a orientar suas escolhas e decisões de forma coerente através da vivência de ambientes próprios da aprendizagem matemática. O Quadro 2 apresenta a distribuição dos componentes curriculares de formação de conteúdos matemáticos específicos, formação pedagógica, formação geral e Estágio Supervisionado levando-se em conta os três núcleos norteadores, a dizer, Núcleo de estudos de formação geral (Grupo I), Núcleo de estudos de formação específica (Grupo II) e Núcleo de estudos complementares/integradores (Grupo III). Ainda em atendimento à Instrução Normativa 003/2019 – UNEMAT, que dispões sobre as diretrizes e procedimentos para a elaboração e atualização dos PPCs dos Cursos de graduação, os três núcleos norteadores (Grupos I, II e III) devem ser estruturados em 4 Unidades Curriculares (UC) ou eixos formativos EM QUE: UC 1 corresponde aos créditos obrigatórios de formação geral/humanística, que engloba o conjunto de conteúdos comuns;
UC 2 corresponde aos créditos obrigatórios de formação específica do curso, podendo abarcar o conjunto de conteúdos comuns; UC 3 corresponde aos créditos obrigatórios de formação complementar/integradora; UC 4 corresponde aos créditos de livre escolha.
A Resolução CNE nº 2, de 20/12/2019, define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial em Nível Superior de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação), a qual deve ser implementada em todas as modalidades dos cursos e programas destinados à formação docente. O Art. 8º do Capítulo III desta resolução trata da organização curricular dos cursos superiores para a formação docente, a qual aponta a avaliação como um dos fundamentos pedagógicos dos cursos destinados à Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e a considera como parte integrante do processo da formação. Avaliar o desenvolvimento do educando, a aprendizagem e o ensino são ações que devem estar inseridos na prática profissional dos docentes, como também, adotar um repertório diversificado de estratégias didáticopedagógicas considerando a heterogeneidade dos estudantes (contextos, características e conhecimentos prévios). O processo avaliativo interno e externo citado no Capítulo VIII da Resolução 02/2019-CNE, artigo 23, orienta que a avaliação dos discentes deve ser organizada como um reforço em relação ao aprendizado e ao desenvolvimento das competências. As avaliações internas das Instituições
de Ensino Superior (IES) tratam da aprendizagem e das competências, como algo que devem ser contínuas e previstas como parte indissociável das atividades acadêmicas. O processo avaliativo deve ser diversificado e adequado às etapas e às atividades do curso, distinguindo o desempenho em atividades teóricas, práticas, laboratoriais, de pesquisa e de extensão. O artigo ressalta, também, que o processo avaliativo pode se dar sob a forma de monografias, exercícios, provas dissertativas, apresentação de seminários, trabalhos orais, relatórios, projetos, atividades práticas, entre outros, que demonstrem o aprendizado e estimulem a produção intelectual dos discentes, de forma individual ou em equipe. A Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNCFORMAÇÃO) orienta que a prática de avaliar o conhecimento dos discentes e como eles aprendem, é uma das competências específicas dos docentes. A BNC-FORMAÇÃO instrui que os docentes devem ter conhecimento sobre as diferentes formas de avaliação diagnóstica, formativa e somativa de avaliar a aprendizagem dos discentes. Estas formas de avaliação têm como finalidade: (a) dar devolutivas que apoiem o discente na construção de sua autonomia de aprendizagem; (b) replanejar as práticas de ensino para assegurar que as dificuldades identificadas nas avaliações sejam solucionadas. Todas as competências e habilidades a serem trabalhadas nos componentes curriculares que compõem o curso de Licenciatura em Matemática, devem fazer parte da prática pedagógica dos docentes. O direcionamento dado pelas finalidades pedagógicas referentes ao uso da avaliação interna (Resolução CNE 2/2019), instrumentalizam o docente a analisar o desempenho do discente, demonstrando os indicativos de uma aprendizagem satisfatória ou deficitária (devolutiva). De posse do desempenho do discente, o docente deve ter uma postura reflexiva, encontrando uma maneira de sanar o conhecimento deficitário. Todos esses procedimentos e resultados que partem de uma postura pedagógica do docente refletem em todos os aspectos das formações, específica e pedagógica do discente, preparando-o para os diversos desafios que podem se apresentar em sua vida acadêmica (aspectos internos ao curso) e profissional (aspectos externos ao curso). Os artigos 25 e 26 citam que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) é responsável pela elaboração das AVALIAÇÕES EXTERNAS aplicadas aos discentes, desde que estes tenham integralizado pelo menos 75% da carga horária total do curso. O INEP tem como instrumento de avaliação externa o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) para os cursos de formação de professores. Nesse sentido, o Curso de Licenciatura em Matemática deve garantir uma aprendizagem que possibilite uma formação acadêmica (específica e pedagógica) para atuação no ambiente escolar e, consequentemente, consiga demonstrar seus conhecimentos adquiridos ao longo do curso nas avaliações externas que se apresentarem diante do discente. Os parágrafos seguintes apresentam, principalmente, as normas que devem ser cumpridas no que diz respeito aos procedimentos da avaliação propriamente dita, baseada na Resolução 054/2011-CONEPE, que Institui a Normatização Acadêmica da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT
Avaliação é o ato de avaliar e indica o aproveitamento do discente em determinado componente curricular. O registro deste aproveitamento, no diário eletrônico (disponível no Sistema Acadêmico), deve ser expresso por pelo menos três notas (compreendidas entre zero e dez) e a média aritmética dessas notas representará a nota final (média semestral) de cada semestre letivo. Os docentes têm como prazo máximo para divulgar e entregar qualquer avaliação ao discente, a semana anterior a da aplicação da avaliação subsequente. O discente que obtiver média semestral igual ou superior a 7,00 (sete) será aprovado e inferior a 5,00 (cinco), reprovado. Se a média semestral for inferior a 7,00 (sete), e superior ou igual a 5,00 (cinco), será submetido a uma avaliação de Exame Final (deverá ser arquivada na pasta do discente junto a Secretaria de Apoio Acadêmico (SAA)) e sua aprovação está condicionada à obtenção de nota igual ou superior a 5,00 (cinco). A divulgação da relação dos discentes que serão submetidos à avaliação de Exame Final deve ocorrer pelo menos 72 (setenta e duas) horas antes de sua aplicação, devendo-se, obrigatoriamente, respeitar a aplicação de no máximo duas avaliações por dia letivo O discente tem o direito de protocolar junto à SAA o pedido de revisão de nota de qualquer uma das formas de avaliação, no prazo máximo de 7 (sete) dias após a sua divulgação pelo docente responsável do componente curricular. A SAA monta o processo e envia à FACET, que por sua vez encaminha à coordenação do curso de Matemática, a fim de compor a Banca Examinadora formada por 03 (três) docentes da área ou da área afim, indicados pelo Colegiado de Curso. Finalizado o processo de revisão da avaliação, após a banca examinadora realizar as devidas correções e observações, se for o caso, a coordenação do curso solicita a retificação e/ou ratificação da nota do discente junto à SAA para que seja efetuado o seu registro. Retificações de média final ou frequência, devidamente justificadas, deverão ser encaminhadas à SAA pelo docente responsável pelo componente curricular, com autorização da Coordenação do Curso de Matemática, até a segunda semana do semestre letivo subsequente. Os componentes curriculares de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e Estágio Supervisionado, que compõe a Matriz Curricular do curso, serão avaliados conforme os indicadores prescritos em resoluções específicas aprovadas pelo CONEPE/UNEMAT. Ao discente que comparecer à realização de qualquer atividade de avaliação e dela se ausentar, será atribuída nota 0,00 (zero) e não será concedido o direito de uma nova oportunidade. Em caso de falta, ele poderá requerer junto à SAA, no prazo de 03 (três) dias úteis após sua realização, uma segunda oportunidade para realizá-la. Para isso, deve anexar uma justificativa que comprove a impossibilidade de ter realizado a avaliação em primeira instância, de acordo com o parágrafo único do artigo 163 da Resolução 054/2011 – CONEPE/UNEMAT. A justificativa apresentada pelo discente será encaminhada ao professor do componente curricular, o qual deverá emitir um parecer. Não havendo concordância, deverá ser remetida ao Colegiado de Curso para parecer final. O indeferimento da solicitação (Processo montado na SAA) de segunda oportunidade acarretará nota 0,00 (zero) e em caso de deferimento, o docente atualizará a nota lançada no diário eletrônico pela nota obtida na segunda oportunidade, se o discente comparecer. É inaplicável a segunda oportunidade para as avaliações de Exame Final. Ao discente que não obtiver frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) das aulas e demais atividades acadêmicas programadas será considerado reprovado no respectivo componente curricular, independentemente da nota final obtida nas avaliações. Ao discente que utilizar meios fraudulentos em avaliações e demais atividades acadêmicas, será atribuída nota 0,00 (zero) na respectiva atividade de avaliação. Será aberto, pela coordenação do curso, a pedido do docente avaliador, um processo disciplinar, podendo acarretar ao discente uma das seguintes penas: I) advertência oral (compete ao docente avaliador); II) advertência escrita (compete ao Colegiado de Curso); III) suspensão (compete ao Colegiado Regional) e IV) desligamento (compete ao CONEPE).
gamento (compete ao CONEPE). No que tange a avaliação pedagógica do Curso de Licenciatura em Matemática, podemos citar outras avaliações internas em nível Institucional realizada pela própria UNEMAT, utilizando o Sistema Acadêmico. Visando que o processo avaliativo se constitua também como parte do ensino, este PPC garante, em todos os componentes curriculares, um momento de feedback no qual o docente retorna para o discente sobre os aspectos (conhecimentos, habilidades e competências) alcançados satisfatoriamente e aqueles ainda por alcançar, considerando sempre os objetivos da melhor formação para o mercado de trabalho para a cidadania e para a sociedade.